08 maio 2008

Selecções Femininas - parte X


A MULHER no mundo de hoje


"Em poucos anos operou-se uma alteração profunda nos padrões e maneiras de viver da sociedade.
Tudo muda. O progresso trouxe consigo a solução de muitos problemas, mas também criou alguns.
Na sociedade, particularmente na família, de outros tempos as coisas estavam bem ordenadas: o pai exercia a sua profissão e o seu papel no lar era o de verdadeiro chefe de família. Era senhor de uma autoridade que ninguém lhe podia contestar. A mãe, na maior parte das vezes, era uma criatura que vivia à sombra da autoridade do marido e cujos horizontes e interesses não ultrapassavam as paredes do lar.
Cuidava dos filhos e do governo da casa. Para a educação das crianças tornava-se o eco dos pensamentos do pai, incutindo aos filhos o respeito pelas convenções familiares e uma rígida noção do bem e do mal.
À medida que as mulheres se foram apercebendo de que também podiam pensar e ter opiniões próprias, que passaram a cultivar-se, estudando nas escolas lado a lado com os homens, esta feição de vida mudou consideravelmente.
A mulher adquiriu confiança em si própria e passou a competir com os homens em todos os campos e profissões. É certo que se viu obrigada a menosprezar preconceitos, tradições, a vencer barreiras e, ainda hoje, não se pode dizer que todos os homens vejam com bons olhos esta intromissão em assuntos que até aí lhes pertenciam exclusivamente. Mas não podemos esquecer que, com as dificuldades da vida actual, a ajuda da mulher torna-se praticamente imprescindível na maioria dos lares. Quando há filhos, seria de desejar que a mãe - agora robustecida com uma cultura e experiência que suas avós jamais sonharam possuir - pudesse dedicar-se, em absoluto, à sua educação. Tal não pode suceder, infelizmente, pois o grande e natural desejo dos pais é prepararem os filhos o melhor possível para a vida, dando-lhes um curso. Para isso, sendo os proventos do pai insuficientes, mais do que nunca a ajuda da mãe é necessária.
A mãe de família que é obrigada, pela força das circunstâncias, a trabalhar fora do lar deve ser digna do nosso maior respeito e consideração. Profissionalmente, trabalha como um homem e quando desejaria descansar um pouco, ao fim do dia, os seus deveres de dona de casa não lho permitem. Nesta contigência, o homem deve procurar sacudir um pouco do seu já tradicional egoísmo e ajudar a esposa. Contrariamente ao que muitos pensam, isso em nada o diminui e, até aos olhos dos filhos, ele será um exemplo que estes procurarão seguir, aprendendo também a melhor avaliar e respeitar o trabalho da mulher que é sua mãe. Até para a educação das crianças o exemplo será benéfico: desejando também colaborar, manterão sempre as suas coisas arrumadas e aprenderão, desde pequenas, a cuidar de si próprias. Criam, deste modo, a mentalidade de que, quando necessitarem de algo, terão de obtê-lo pelos seus próprios meios, sem estarem à espera de que outrem o faça; não esqueçamos que a época em que vivemos é de auto-suficiência.
Mas... é necessário que a mulher não se masculinize, que não fale e proceda como um homem. A diferença entre os dois sexos é profunda tanto fisiológica como psicologicamente. Isto não quer dizer que o homem seja superior à mulher ou vice-versa. São diferentes; é tudo. Cada um tem a sua função a desempenhar na vida. Não podemos dizer qual delas é mais importante. Completam-se apenas; uma parte não pode nem deve prescindir da outra.
Os homens agem de acordo com o cérebro, as mulheres de acordo com o coração. Que as mulheresnão se deixem arrastar pelo coração, mas que também não o percam de todo!..."
Por Helena Maria

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